Índice VL

Uma ferramenta útil para a bovinicultura leiteira

Desde outubro de 2013 que a revista Ruminantes (Ruminantes, Ano 3 – N.º 11) tem vindo a publicar o Índice VL. Este indicador pretende refletir a rentabilidade da produção de leite, em função dos custos com a alimentação das vacas. O Índice VL resulta do quociente entre a receita obtida com a venda do leite produzido por vaca da exploração (preço do leite pago ao produtor individual do continente) e os custos associados à alimentação da mesma vaca (preços dos alimentos praticados no continente) (Rodrigues et al.,2013).

De acordo com alguns estudos, o custo da alimentação tem um peso demasiado elevado no custo total do leite produzido em Portugal. Pode variar entre 56,7% e 63,6% (Batista et al., 2012) e 59,3% e 71,3% (Sottomayor et al., 2012). Para o cálculo do Índice VL tem sido utilizado um regime alimentar em que a silagem de milho é o alimento principal, como acontece no Entre Douro e Minho e na Beira Litoral, duas das 3 regiões do país onde é produzido mais leite de vaca.

O Índice VL – erva pretende refletir um regime alimentar para uma vaca leiteira baseado em pastagem e/ou em silagem de erva, conjuntamente ou não com silagem de milho. Este regime alimentar é típico da Região Autónoma dos Açores. Como tal, para o cálculo do Índice VL – erva vai ser utilizado o preço do leite pago ao produtor individual nos Açores e o custo da alimentação vai basear-se no preço tipo das forragens comercializadas naquela Região Autónoma.

Os custos de produção do leite e os preços de alguns alimentos são muito voláteis, podendo apresentar grandes variações de mês para mês. Estas flutuações podem ter um impacto adverso na rentabilidade das explorações leiteiras. Se o preço do leite pago ao produtor cai e se o preço dos alimentos sobe, a rentabilidade da exploração diminui. Embora a variação destes fatores não ande de “mãos dadas” a sua monitorização regular constitui uma ferramenta útil e simples de controlar o negócio do leite e a sua tendência evolutiva.

O produtor individual não pode influenciar os preços do leite nem das matérias-primas que entram na formulação de alimentos compostos, mas pode avaliar os regimes alimentares e reduzir os custos da alimentação de todos os animais da exploração, incluindo os de reposição.

É um índice que mede a rentabilidade da produção de leite, muito influenciada pela alimentação da vaca leiteira.

O valor do Índice VL resulta da divisão da receita proveniente da venda do leite produzido diariamente por uma vaca, num determinado mês, pelo custo da alimentação diária da mesma por vaca nesse mesmo mês. O valor de cada um dos elementos que entra no cálculo provém de fontes publicadas periodicamente, a saber:

  • preço médio base do leite adquirido a produtores individuais no Continente e nos Açores, publicados mensalmente pelo Serviço de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA-GPP). Estes valores são obtidos através da consulta da página Web http://www.gpp.pt/cot/;
  • preço médio das matérias primas publicadas no site e na revista Ruminantes;
  • preço das forragens utilizadas no regime alimentar, preços de mercado praticados em Portugal Continental e na região autónoma dos Açores.

Índice VL = Preço do leite produzido por vaca / preço alimentação por vaca da exploração (€).

O Índice VL refere-se a uma exploração tipo em que o alimento forrageiro base é a silagem de milho. A vaca leiteira tipo tem um peso vivo médio de 600 kg, um intervalo entre partos de 396 dias, 24 semanas de lactação e uma produção média diária de leite de 28 kg (Rodrigues et al., 2012) com teores butiroso e proteico, respetivamente, de 3,76% e 3,25% (SIMA, 2012).

Claro que sim, como medidor da “temperatura”, como análise de tendência do negócio. O valor em si não deve ser considerado objetivamente.

Quando o Índice VL é igual a 1, significa que o preço que o produtor recebe pelo leite produzido é igual ao custo alimentar e, portanto, o negócio apenas está a pagar o custo da alimentação. Estamos perante um indicador muito desfavorável para o produtor, altamente penalizador para o sucesso económico da exploração.

Se o Índice VL for inferior a 1,5 estamos perante um valor muito baixo que indica forte ameaça para a rentabilidade da exploração. Quando o valor encontrado é superior a 1,5 estamos perante um moderado Índice VL.

Indica que a produção de leite é um negócio saudável. Se o Índice VL for superior a 2, estamos perante um valor elevado, muito favorável para o sucesso económico da exploração (Schröer-Merker et al., 2012).

Para a formulação do regime alimentar tipo da vaca utilizada no cálculo do Índice VL foram determinadas as necessidades nutricionais da vaca tipo.

Índice VL-ERVA

Uma ferramenta útil para a bovinicultura leiteira

No final de 2022, — para colmatar o desfasamento de 2 meses entre o momento em que se consegue ter acesso online aos preços das matérias primas utilizadas na formulação dos 3 tipos de alimentos compostos usados para o cálculo dos Índices VL e VL-ERVA e o momento em que a página Web do SIMA-GPP (https://regsima.gpp.pt/regsima/consulta/lacteos) disponibiliza os preços do leite pago aos produtores nacionais (2 meses mais tarde) —, passámos a publicar o preço mínimo a que o leite deverá ser pago ao produtor para que os Índices VL e VL ERVA sejam iguais a 2.

ste é o valor considerado como indicador de sucesso económico de uma exploração de bovinos de leite.

É um índice que mede a rentabilidade da produção de leite em que o regime alimentar da vaca leiteira é a pastagem e/ou a silagem de erva, conjuntamente ou não com silagem de milho.

O valor do Índice VL – Erva resulta da divisão da receita proveniente da venda do leite produzido diariamente por uma vaca num determinado mês pelo custo da alimentação diária da mesma nesse mesmo mês. O valor de cada um dos elementos que entra no cálculo provém de fontes publicadas periodicamente, a saber:

  • preço médio do leite adquirido a produtores individuais na Região Autónoma dos Açores, publicados mensalmente pelo Serviço de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA-GPP). Estes valores são obtidos através da consulta da página Web http://www.gpp.pt/cot/;
  • preço médio dos alimentos compostos, preços publicados no site e na revista Ruminantes;
  • preço das forragens utilizadas no regime alimentar, preços de mercado praticados na Região Autónoma dos Açores.

O Índice VL – Erva refere-se a uma exploração tipo em que o alimento forrageiro base é a pastagem e/ou a silagem de erva, conjuntamente ou não com silagem de milho.

A vaca leiteira tipo tem um peso vivo médio de 580 kg, DEL médio de 168 dias e uma produção média diária de leite de 20,5 kg, com teores butiroso e proteico, respetivamente, de 3,80% e 3,16% (médias SIMA-GPP 2013 para os Açores).

Quando o Índice VL – Erva é igual a 1, significa que o preço que o produtor recebe pelo leite produzido é igual ao custo alimentar e, portanto, o negócio apenas está a pagar o custo da alimentação. Estamos perante um indicador muito desfavorável para o produtor e altamente penalizador para o sucesso económico da exploração. Se o Índice VL- Erva for inferior a 1,5 estamos perante um valor muito baixo que indica forte ameaça para a rentabilidade da exploração.

Quando o valor encontrado é superior a 1,5 estamos perante um Índice VL-Erva moderado. Indica que a produção de leite é um negócio rentável. Se o Índice VL-Erva for superior a 2, estamos perante um valor elevado, muito favorável para o sucesso económico da exploração (Schröer-Merker et al., 2012).

Para a formulação do regime alimentar tipo da vaca utilizada no cálculo do Índice VL – Erva, foram determinadas as necessidades nutricionais da vaca tipo.

O arraçoamento formulado para o período primavera/verão é constituído por 60 kg/dia de erva verde (pastagem), 10 kg/dia de silagem de erva e silagem de milho e 5,6 kg/dia de concentrado.

O arraçoamento formulado para o período outono/inverno é composto por 47 kg/dia de erva verde (pastagem), 23,3 kg/dia de silagem de erva e silagem de milho e 6,7 kg/dia de concentrado. O concentrado utilizado foi formulado com milho, bagaço de soja 44, bagaço de girassol, bagaço de colza e cevada (76%) e 24% de outras matérias primas. Tem a seguinte composição química: 17,1% PB; 4,3% GB; 21,3% NDF; 46,8% NFC; 6,3% cinzas; 11,0% humidade.

Preço Mínimo do Leite ao Produtor

No final de 2022, – para colmatar o desfasamento de 2 meses entre o momento em que se consegue ter acesso online aos preços das matérias primas utilizadas na formulação dos 3 tipos de alimentos compostos usados para o cálculo dos Índices VL e VL-ERVA e o momento em que a página Web do SIMA-GPP (https://regsima.gpp.pt/regsima/consulta/lacteos) disponibiliza os preços do leite pago aos produtores nacionais (2 meses mais tarde) —, passámos a publicar o preço mínimo a que o leite deverá ser pago ao produtor para que os Índices VL e VL ERVA sejam iguais a 2. Este é o valor considerado como indicador de sucesso económico de uma exploração de bovinos de leite.

Resumo de Artigos

Edição nº49, abr/mai/jun 2023

Será que terminaram os preços baixos à produção?

Leia aqui o artigo: Indice VL_49

Edição nº50, jul/ago/set 2023

Incertezas voltam a pairar sobre a produção de leite

Leia aqui o artigo: Indice VL_50

Edição nº51, out/nov/dez 2023

Quem ficará a ganhar com a tendência do preço do leite a baixar?

Leia aqui o artigo: Indice VL_51

Edição nº52, jan/fev/mar 2024

Regresso ao passado

Leia aqui o artigo: IndiceVL_52

Edição nº53, abr/mai/jun 2024

Incerteza à vista na bovinicultura de leite

Leia aqui o artigo: Indice VL_53

Edição nº54, jul/ago/set 2024

Aparente conjuntura favorável à produção de leite

Leia aqui o artigo: IndiceVL_54