Por Equipa técnica Lely | Foto Lely
Se há mais de 30 anos nos dissessem que uma vaca poderia ir voluntariamente a um robot de ordenha, para ser ordenhada, sem dar qualquer trabalho e que, além disso, produziria mais leite, muitos teriam dificuldade em acreditar. Na LELY, falamos sempre em trazer a ordenha às vacas e não as vacas à ordenha, pois são conceitos muito diferentes, com implicações muito diferentes. Qual é a diferença entre o primeiro e o segundo?
Quando falamos em trazer a ordenha às vacas, referimo-nos ao sistema de tráfego livre, em que tudo é projetado para que a vaca se sinta confortável em ir ao robot, favorecendo o bem-estar animal e uma maior saúde do rebanho. Neste sistema, é a vaca que decide voluntariamente quando ir à ordenha. O facto de a vaca ser autónoma, e poder decidir por si mesma, a cada momento do dia, traz várias vantagens, nomeadamente maior produção de leite e menos trabalho para o agricultor. Graças ao tráfego livre, a vaca pode ir à manjedoura para comer e beber sempre que desejar, e fazer longos descansos, o que favorecerá uma maior produção de leite ao longo da lactação. Graças a isso, não só terá maior produção, algo que qualquer agricultor procura, mas também melhorará o seu bem-estar.
Por outro lado, quando falamos em levar as vacas à ordenha, referimo-nos ao tráfego forçado ou guiado. Quando as levamos de um ponto a outro para serem ordenhadas, esquecemos o seu conforto e o seu bem-estar, o que influencia negativamente a produção, pois as vacas tendem a ficar mais stressadas.
Sejamos claros: uma vaca que passa três ou quatro horas em pé à espera de ser ordenhada, três vezes ao dia, seja numa sala de ordenha ou em qualquer outro sistema de ordenha que não seja o tráfego livre, é um animal do qual não estamos a tirar pleno partido. O sistema de tráfego livre, em que a Lely confia, não só tem a vantagem de aumentar a produção, mas também melhora a saúde dos animais. Em suma, deixamos as vacas serem vacas.
É preciso sublinhar que tudo isto não é importante apenas nas explorações XL porque, afinal, todos os agricultores, com mais ou menos vacas leiteiras, perseguem os mesmos objetivos: reduzir o trabalho relacionado com a ordenha, proporcionar mais saúde aos seus animais e aumentar a produção diária de leite, o que se traduzirá num maior retorno económico e permitirá compensar o investimento em menos tempo.
ALIMENTAÇÃO
Os robots de ordenha Lely Astronaut não só transformaram a forma como o leite é extraído, mas também impulsionaram uma nova era de alimentação precisa e personalizada para as vacas.
Uma das chaves para que um robot de ordenha funcione perfeitamente, ou seja, para que as vacas venham regularmente para serem ordenhadas sem que o agricultor tenha que tocá-las ou forçá-las a ir ao robot de ordenha, é a alimentação. O equilíbrio nutricional entre o que os animais comem na manjedoura e o que comem no robot, é vital para o bom funcionamento de uma exploração leiteira.
Uma boa alimentação para uma exploração com sala de ordenha, geralmente não se adequa a uma exploração com robots. Na sala, as vacas são levadas para a ordenha, não sendo incentivadas a ir em nenhum horário, por isso vão comendo ao logo do dia, na manjedoura, antes de serem ordenhadas no horário indicado. Cada vaca pode comer mais ou menos, independentemente do que produz, de quantos dias de leite tem, ou do seu estado de saúde. Todo o concentrado e alimento que ingere ao longo do dia vem única e exclusivamente do que é colocado na manjedoura — TMR (Alimento Total na Manjedoura). Existe uma dieta única para todos os animais da exploração, independente da fase de lactação, características ou produção das vacas. Por outro lado, com o robot de ordenha, aquilo que se procura é uma dieta baseada na PMR (Alimento Parcial na Manjedoura), em que o alimento é equilibrado em função das necessidades específicas de cada vaca. Este equilíbrio é conseguido na manjedoura, mas também no robot, onde a vaca, além de ser ordenhada, comerá o concentrado que lhe permitirá produzir mais leite, estabilizar ainda mais os seus picos de lactação e aumentar a frequência de visitas ao robot de ordenha (Gráficos 1 e 2).
UMA GESTÃO PRECISA AUMENTA A EFICIÊNCIA
Todas as principais atividades da exploração devem ser rotinas e procedimentos padronizados, seja em vacarias com 30 vacas ou com mais de 500, no sentido de permitir uma gestão eficaz e simples de meios e pessoas. As tarefas que devem ser realizadas com as vacas, na Lely, são chamadas de “toques” e, geralmente, são realizadas em áreas de separação. Existem nove toques na lactação de uma vaca: Parto; Tratamentos pós-parto; Primeira ordenha; Inseminação; Diagnostico de gestação; Tratamento de cascos (I), Eventuais ajustes ou intervenções dos cascos; Vacinação; Secagem; Tratamento de cascos (II), Nova verificação dos cascos para garantir que as vacas não terão problemas ou complicações no futuro.
Estes são os nove toques, que devem ser feitos nas vacas durante a lactação. O resto das vacas passam despercebidas no grupo principal. Na Lely, diz-se “Quando os nossos animais estão no grupo principal, todos os dias devem ser domingo, concentrando todas as tarefas em torno da vaca, que deve estar sempre nas melhores condições possíveis, porque quanto melhor estiver, melhor para o agricultor será e para os funcionários que trabalham na exploração.
Para além dos “nove toques”, existem outras tarefas diárias que devem ser feitas. Para que o trabalho seja simples e, acima de tudo eficiente, deve estar devidamente protocolizado.
Afinal, fala-se sempre de um triângulo em torno do qual gira tudo dentro de uma exploração pecuária: as vacas, as pessoas e a tecnologia. Para que este triângulo funcione perfeitamente, as vacas devem estar livres para fazer o que quiserem ao longo do dia e aproveitar ao máximo o seu tempo. Para isso, o tráfego livre da Lely é a solução. Além disso, os trabalhadores devem saber o que precisa ser feito ao longo do dia. Para isso é necessário estabelecer protocolos de trabalho que facilitem as tarefas diárias. Tudo isto está ligado à tecnologia Lely e à informação que os robots Lely Astronaut nos fornecem através do software de gestão Lely Horizon.
Cada trabalhador pode ter a aplicação no seu smartphone, saber qual a tarefa que tem que realizar em cada momento e marcá-la como concluída, para que ninguém mais tenha que ir atrás verificar se o trabalho está concluído. Isto facilita muito o dia-a-dia em explorações de grande e médio dimensão. As tarefas, podem ser predefinidas para cada exploração; Por exemplo, um funcionário cuida das vacas atrasadas, outro cuida do maneio das vacas nas áreas de separação, reprodução e inseminações, podologia, etc.
CONCLUSÃO
A experiência de mais de 30 anos, com milhares de produtores de leite, permitiu à Lely aperfeiçoar e orientar estratégias, no sentido de conectar pessoas, animais e tecnologia.
Este sucesso tem como base a confiança que lhe é depositada em todo o mundo, sejam negócios de pequena, média ou grande dimensão.
A Lely, oferece um sistema de produção de leite perfeitamente equilibrado em torno da ordenha robotizada e da rotina diária das explorações. A adaptação por completo às necessidades de gestão e maneio pode ser uma realidade, quando simplificamos o trabalho do produtor e adotamos o tráfego livre das vacas.