A produção leiteira procura continuamente aumentar a produtividade das vacas com o objetivo de manter a rentabilidade das suas operações. Essa procura é visível nos dados nacionais do contraste leiteiro que indicam um aumento de produtividade de 9,0% nos últimos 10 anos. (ANABLE, 2023). Consequentemente, o início da lactação tornou-se um desafio que requer um grande esforço por parte da vaca e muita atenção por parte do criador.
Com o início da síntese do leite pela glândula mamária, a exportação de nutrientes aumenta rapidamente, exercendo efeitos dramáticos sobre os mecanismos fisiológicos do organismo. Por essa razão, o período que decorre entre as 3 semanas anteriores ao parto e as 3 semanas posteriores ao parto, referido como período de transição (Drackley, 1999), é fundamental para a eficiência produtiva e reprodutiva da vaca e, frequentemente, para a sua sobrevivência. Durante este período, ocorrem alterações nos controlos homeoréticos, originando adaptações fisiológicas de longo prazo destinadas a apoiar a produção de leite (Bauman & Currie, 1980). Contudo, estas alterações não são imediatas, ocorrendo neste período a maioria dos distúrbios metabólicos e reprodutivos, e que podem afetar as vacas durante toda a lactação.