Prevê-se que a produção mundial de carne em 2023 aumente para 365 milhões de toneladas (equivalente ao peso da carcaça), um aumento de 0,8 por cento em relação a 2022. Esse aumento reflete um crescimento esperado na produção na Ásia, principalmente de carne de porco na China, devido ao aumento do abate à medida que agricultores de pequena escala e não competitivos saem do setor. A produção também deve expandir na América do Sul, especialmente no Brasil, devido aos custos mais baixos de alimentação, e na Oceania, devido a um aumento na oferta de animais prontos para o abate e a uma maior procura de exportação. Esses ganhos na produção provavelmente serão parcialmente compensados por uma diminuição na produção na Europa, principalmente na União Europeia, devido a doenças animais e à contínua redução no número de rebanhos; e na África, onde condições mais secas continuam a impactar a disponibilidade de alimentos e forragens, e conflitos interrompem as operações pecuárias. A América do Norte também está a ter quedas na produção devido a retornos mais baixos para os produtores e custos relativamente altos de alimentação.
O comércio global de carne e produtos cárneos deverá atingir 41 milhões de toneladas em 2023, uma quebra de 0,8 por cento em relação ao ano anterior. As importações devem diminuir na África, Europa, América do Norte, América do Sul e Oceania, influenciadas principalmente pela redução nas compras dos consumidores devido à inflação crescente, crescimento económico lento e ao impacto das depreciações cambiais. A contração no comércio global de carne provavelmente será contida por uma recuperação nas importações na Ásia, liderada pela China, sustentada por maiores vendas de serviços alimentícios, não obstante a maior produção doméstica e estoques amplos. Além disso, a América Central e o Caribe podem aumentar as importações de carne devido a uma recuperação na demanda, especialmente para aves e carnes bovinas. Em relação às exportações, espera-se um aumento nas remessas, principalmente do Brasil e da Austrália, refletindo o seu status livre de doenças animais e preços competitivos. Noutros lugares, as doenças animais continuam a afetar o comércio, apesar dos esforços para conter as quedas nas exportações por meio de acordos comerciais e da implementação de políticas de regionalização de doenças animais. Os preços internacionais da carne seguiram uma tendência de queda desde julho de 2023, principalmente devido ao aumento das disponibilidades de exportação das principais regiões exportadoras, especialmente na América do Sul, liderada pelo Brasil e pela Oceania. Além disso, uma desaceleração no ritmo das importações pelos principais países importadores de carne também impactou os preços mundiais da carne.
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